Se você tem o costume de usar o Linkedin, já deve ter ouvido falar nela. Se ainda não conhece, vai querer ler todos os seus trabalhos. A Flavia Gamonar é Top Voice no Linkedin, professora, autora, palestrantes e tem sempre coisas boas para nos ensinar. Mas nem sempre foram só flores. Ela passou por momentos muito difíceis em sua carreira, mas não desistiu. Admiro muito a história dela, pois, quando ela foi demitida, deu a volta por cima e hoje está ainda melhor. Vem ler um pouquinho dessa história!
1- Então, quem é a Flavia Gamonar?
A Flavia é alguém cheia de sonhos, que gosta de pensar metas para realizá- las. Valoriza muito a família, ama viajar, ler e escrever, ama pets e é mãe de dois cachorros. Trabalha com o que ama e por isso nem sente que é trabalho.
2- Você é formada em que?
Sou licenciada em letras e fiz o curso em uma época que não sabia bem o que queria. Depois direcionei para outra área e passei a trabalhar mais com tecnologia, me tornei analista e depois gerente de produtos e de projetos. Fiz mestrado em TV Digital e agora curso um programa de doutorado em mídia e tecnologia.
3- Você disse que se tornou analista e depois gerente. Sua ascensão foi rápida?
Me tornei analista e por conta de uma oportunidade interna a partir de uma seleção, me tornei gerente de produtos, acho que foi uns seis meses depois. Eu consegui a vaga porque estava preparada, havia acabado de fazer um curso sobre o assunto. Se eu achasse que era cedo pra fazer o curso, teria perdido.
4- E quais foram seus outros diferenciais nessa época para conseguir crescer?
Eu sempre fazia a mais, me dispunha a ajudar e colaborar com outras áreas e acho que isso ajudou muito. Um bom profissional busca se atualizar o tempo todo e não fica preso apenas a desculpa do trabalho, como se aquilo fosse tudo em sua vida.
5- Em seus textos, você sempre costuma comentar sobre seu “ponto da virada”, que foi quando você foi demitida e tudo mudou. Até tudo mudar, qual foi a fase mais difícil da sua carreira e como fez para contornar isso?
Acho que foram várias fases difíceis. O começo em si, com os primeiros empregos que tive nos quais vivi situações até humilhantes, mas todos eles me ensinaram muito e me fizeram crescer. Depois, o momento da demissão em si e dos seis meses sem emprego, sem saber quem eu era, vivendo muitos dias deitada na cama olhando para o teto.
6- Quando se percebeu uma influenciadora/top voice?
Em 2016, o LinkedIn selecionou quinze brasileiros que se destacaram escrevendo artigos na plataforma e fui uma delas. Eu já escrevia artigos regularmente compartilhando meus aprendizados e aos poucos foi acontecendo, muita gente se identificando e eu percebi que tinha voz e podia contribuir com essas pessoas. Acredito que por fazer um trabalho sério e sempre transparente com meu público, nunca visando um caminho curto ou pensando apenas em números, foi o que fez com as pessoas se identificassem e acreditassem no que indico. A influência acabou acontecendo de forma natural, por conta do número de pessoas que impacto também. As marcas estão percebendo que podem se associar a pessoas assim para falar com seu público.
7- Você ficou conhecida pelos conteúdos que criou e cria. De onde surgiram as primeiras ideias?
O primeiro artigo era super técnico e recebeu apenas três curtidas, mas não desanimei e segui escrevendo. Eu não pensava em números, queria compartilhar. As ideias vinham das histórias do dia a dia que pudessem ajudar pessoas de alguma forma.
8- O que você acha que foi fundamental para chegar onde chegou?
Acho que a persistência e a transparência sempre, além de ser natural e sempre muito humana, falando dos fracassos também e sem querer enganar meu público.
9- Se você pudesse fazer algo diferente, o que faria?
Acho que tudo que fiz, mesmo errando, me ensinou. Sou uma pessoa que prefere arriscar pra saber o resultado do que lastimar por não ter feito, mas ouço muito minha intuição.
10- Vejo que muitos jovens hoje em dia, vivem em uma busca para fazer aquilo que se ama. Alguns conseguem, outros vivem buscando. Você ama o que faz? Sempre soube que amava isso ou descobriu no caminho? E, você acha que teria tomado o mesmo rumo mesmo que aquela demissão não tivesse ocorrido?
Eu demorei muitos anos pra saber o que queria, tranquei o curso várias vezes, estudei moda, depois prestei vestibular pra nutrição. Vendi roupas e doces, tentei várias coisas diferentes e me sentia perdida. Acho que o caminho vem com as tentativas e o amadurecimento, não precisamos ser tão duros conosco. Podemos nos permitir testar e viver pra saber o que gostamos e lembrar que aos vinte e poucos anos temos muito a aprender e é preciso ser paciente, as coisas não vão acontecer da noite para o dia.
11- Depois de tanto aprendizado, o que diria para quem tem um sonho ou uma vontade de mudar? Você acredita que podemos criar nossas oportunidades? Depois de tudo que já pode viver, qual foi o seu maior aprendizado?
Estou apenas começando e todos os dias buscarei me reinventar. É preciso fazer acontecer. Apenas lastimar ou sonhar, deixar pra amanhã, não muda nada. Podemos muitas vezes criar nossas próprias oportunidades sim, basta ficar atento, se permitir e não se preocupar com formas ou rótulos. Acho que meu maior aprendizado foi que estava em minhas mãos. Enquanto passei a vida fechada em uma empresa achando que para crescer precisava mostrar o tempo todo que era boa, esquecendo do mundo lá fora, do networking, da atualização profissional, tudo deu errado e vivi frustrada.
12- Na sua opinião, quais são as características que mais chamam a atenção numa pessoa que alcançou o sucesso?
Acho que depende de muitas circunstancias, não vejo como um único fator. Mas eu valorizo muito pessoas dedicadas e comprometidas, que cumprem com o que prometem e buscam respostas, fazem sempre um pouco além e surpreendem.
13- Se pudesse escolher só um texto que já escreveu para alguém que não conhece seu trabalho, qual escolheria? Qual foi mais marcante?
Meu texto mais marcante talvez seja o “Para todos aqueles que choraram Escondido no banheiro da empresa”, porque conto como cheguei ao ápice do estresse e o que fiz a partir dali. E também o “carreiras são como árvores e não crescem do dia para noite”.
14- Você acabou de lançar um livro. De onde surgiu a ideia? Sobre o que ele é?
O livro é o Disruptalks: carreira, empreendedorismo e inovação em uma época de mudanças rápidas. Lançamos em novembro e os três autores (Glauter, Juliana e eu) contamos histórias sobre os temas relacionados, compartilhando o que aprendemos e vivemos até agora sobre o assunto para ajudar profissionais em suas carreiras, seja para empreender ou intraempreender.
15- E, algum dia imaginou que estaria onde está?
Se imaginei que um dia estaria aqui? Na verdade eu me enxergo como uma profissional comum, apenas dedicada. Não me considero melhor que ninguém. Penso que foquei bastante no queria sabendo o que queria. Enquanto fiquei patinando sem saber de fato para onde queria ir, nada deu certo. Uma boa formula é comprometimento e humildade. Sempre.
Gostaram? Não tem como não se inspirar com a história dela, não é verdade? É muito importante ouvirmos histórias de sucesso, pois isso nos traz um ânimo novo e também podemos nos identificar com ela e acreditar que podemos ser melhores e podemos fazer dar certo. Só não devemos desistir. Essa é a primeira entrevista do ano e eu espero que tenha mudado os seus dias. É a sua vez de escrever a sua história. Se perdoe e não desista. Vamos em frente. Todos temos que lutar.
Ficou interessado no trabalho dela? Lá no Linkedin tem diversos artigos bem legais dela. Segue o link dos textos que foram citados:
Até a próxima!
Milena Ponte 